domingo, 22 de novembro de 2009

Teaser - Xukuru Ororubá

">

Seleção Internacional

Xukuru Ororubá vai ser exibido nos EUA.
Atlanta DocuFest - Naperville Independent Film Festival - Beloit International Film Festival.

Atlanta, Chicago e Wisconsin.



Seleção


Xukuru Ororubá selecionado para a 14ª Mostra Internacional de Filme Etnográfico - RJ

Premiação




Xukuru Ororubá 1º lugar no 2º Curta Lençois - UFMA



Sinopse


Sinopse

"Estamos estudando o passado, vivendo no presente e propondo um novo futuro!"

A força política dos xukurus se sustenta na força dos encantados que habitam a serra sagrada do Ororubá. Imersos no mundo moderno, onde impera a política de exclusão, os Xukuru afirmam sua identidade reelaborando suas crenças e criando formas alternativas de organização social, mantendo vivo o sonho de Xikão Xukuru.


Synopsis


Synopsis
“We are studying the past, living in the present and considering a new future!”
                                                                                
The Xukuru politic force gets its support from the force of the magic entities that inhabit the sacred Orubá mountain range. Immersed in the modern world, where exclusion politics reign, the Xukurus affirm their identity reelaborating their beliefs and creating alternative forms of social organization, keeping alive the dream of Xikão Xukuru.

sábado, 21 de novembro de 2009

Critica do filme por Laura Bezerra

Xukuru Ororubá - Índios barbados, identidades hibridas.

Começa já com o nome "XUKURU ORORUBÁ". Você sabe o que é isso? Nem eu! Durante quinze minutos a diretora Marcilia Barros confronta os espectadores com imagens e textos que permanecem "estranhos". Filmado em P&B em Super -8 e DV (24fps), o estranhamento do título prossegue nas suas opções estéticas. São imagens de arquivo o que vemos no início do filme? (Não, não são. Mas era isso mesmo que ela pretendia evocar.)

E o estranhamento continua: Que índios são estes tais "Xukuru"? Eles não tem nada de bon sauvage, não evocam nenhuma fantasia romântica de pureza e harmonia.
Tão pouco são aqueles índios "estranhos" ou "diferentes" , "primitivos" ou "violentos", que aparecem regularmente na mídia. São índios de cocar, mas com imagens de Padre Cícero nas suas casas. Que dançam toré, encontram seus "encantados", mas falam uma linguagem altamente politizada. Linguagem de mundo globalizado. Falam de lutas, revezes e conquistas. Seria esta a aldeia global?

Logo no ínicio do filme a índia Zenilda, viúva do cacique Xikão , conta que, quando eles se casaram, "ela ainda não sabia que era índia". E ai começa a história que conta como os Xukuru vão resgatando, ou melhor, reconstruindo suas identidades. Os índios contam sobre perseguições e ameaças, sobre a violência dos posseiros, sobre os assassinatos. Mas eles contam também como a articulação política do Cacique Xikão e os empreendimentos do pajé Zequinha terminaram levando a demarcação e a posse de suas terras e também a um processo de reconstrução de sua identidades. O Cacique Xikão foi morto pelos posseiros, mas os Xukuru voltaram a ser índios. Talvez o mais correto seja dizer que se eles "tornaram-se" índios. Índios barbados, seres hibridos. Como o próprio nome Xikão (e Zenilda e Zequinha...).

Estes seres híbridos, distantes e desconhecidos - pelo menos pra mim, criada na cidade mais africana da diáspora negra - se, por um lado, não se encaixam nas categorias "comuns", nas imagens difundidas sobre "índios", sobre os "outros", por outro lado, eles são apresentados como pessoas como você e eu. Seres híbridos. Pessoas num coro pluralista que procuram construir um espaço onde eles/nós possam/possamos viver sua(s) identidade(s). Nada mais distante da minha vida do que índios, mas, assistindo "Xukuru Ororubá" percebi que tanto nos separa, quanto nos une. O índio sou eu.

A propósito: "Xukuru" todo mundo já entendeu o que é. "Ororubá" é o nome da serra onde eles vivem em Pernambuco". Xikão foi assassinado por posseiros, mas a nova geração assumiu o poder. Axé Xukuru!


Laura Bezerra, Salvador 26/7/2008


Xukuru Ororubá (BA 2008)
15 min, P&B, Super-8 e DV (24fps)
Direção e roteiro: Marcilia Barros

Ficha Técnica

Autores /Técnicos

Comunidade indigena Xukuru Ororubá
Direção: Marcilia Barros
Produção: Bernard Attal, Diana Gurgel e Marcilia Barros
Produção executiva:  Marcela da Costa
Direção de produção: Sheila Gomes
Fotografia: Nicolas Hallet e Hamilton Oliveira
Fotografia still e ass. de direção: Fernanda Capibaribe
Montagem:  Paulo Marcio
Som direto:  Simone Dourado
Mixagem de som:  Estudio Base
Música Original:  Damião Luis da Silva e Antônio Leite (Medalha).


Produtora:

Santa Luzia Filmes
Ondina Filmes

Patrocínio:

Petrobrás
Governo Federal – Brasil um País de todos.

Co-patrocínio:

Engemisa
Grupo Durit
Loja Adrielle
Hotel Villa da Praia